[Livro] Become The Arrow - Byron Ferguson

Become The Arrow
The Art of MODERN Barebow Shooting

By Byron Ferguson

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Paperback: 116 pages
Publisher: Target Communications Corp (September 1994)
Language: English
ISBN-10: 091330509X
ISBN-13: 978-0913305096

Minhas impressões. É um livro fácil e prático, que vai direto ao ponto. Desde como segurar o arco, até como regulá-lo. Não tem nada de mágica, tudo sempre tem um embasamento lógico. Excelente para o iniciante, bem como para quem atira com outros arcos e quer partir para o arco tradicional. Também recomendo para quem atira com arco tradicional e quer melhorar a performance. Vou adiantando que não é sobre tiro instintivo, é um método completamente diferente para atirar sem alça de mira.


Sobre o autor: Byron Ferguson, nativo do norte do Alabama/EUA, caça desde que completou a idade mínima permitida por lei (antes só fotografava). Nunca perdeu o entusiasmo, e hoje em dia passa cerca de 150 dias por ano dentro do mato caçando. Caça veado, vários big games e small games, aves, cobras, peixes, etc.

Começou caçando com armas de fogo, passou pro arco recurvo, depois pro arco composto... e então, deu um grande passo para trás em termos de equipamento mas para frente, definitivamente para frente, em sucesso e satisfação no que diz respeito ao tiro e caça com arco, ele jogou fora toda essa tralha e passou a atirar exclusivamente com o longbow... O tipo de arco usado por Howard Hill.

Além de caçador, Ferguson é arqueiro de exibição.


Sobre o livro:

O autor descreve um método para atirar com arco e flecha, na modalidade conhecida como “barebow”. Entende-se por barebow um arco sem alça de mira. Nesse caso, Byron Ferguson usa especificamente um longbow.

Segue a tabela de conteúdo:

Chapter 1 – What is “Become The Arrow”?

Chapter 2 – The “Become the Arrow” Shooting System

Chapter 3 – Pratice/Shooting Form

Chapter 4 – Tuning For Barebow

Chapter 5 – Bowhuntig

Chapter 6 – Most-Commonly-Asked Questions

Chapter 7 – Building a Longbow

Chapter 8 – Children's Hospital Benefit


No capítulo 1 o autor apresenta o método, batizado como “become the arrow” (torne-se a flecha), não só como uma técnica mas como uma filosofia prática. Uma maneira diferente de olhar para a mesma realidade, e obter maior sucesso. Dá especial atenção para as flechas, para a compreensão do seu voo e trajetória. Ao contrário do que dizem outros instrutores, “torne o arco uma extensão do seu corpo”, Ferguson diz pra tornar a flecha uma extensão de si próprio, visualizar sua trajetória e ponto de impacto antes de atirar. Afinal é a flecha que mata o animal, ou marca pontos no alvo. Ferguson também motiva o leitor a sempre buscar o conhecimento, pois não adianta querer reinventar a roda todos os dias; aprende-se muito com os erros, acertos e lições deixados pelos outros. Então leiam livros, vejam vídeos, tenham aulas, etc.

O método apresentado no livro é para tiro com barebow (arco sem alça de mira), embora alguns conceitos sejam universais e possam ser utilizados até para arcos compostos. É muito comum as pessoas ao verem um arqueiro com arco tradicional, sem alça de mira, acharem que ele atira instintivo. Na verdade existem diversas técnicas para atirar com barebow, instintivo é apenas mais uma. O tiro instintivo deveria ser chamado de “snap shot”, pois o termo “instintivo” dá a impressão que o cara nasce sabendo ou não. Eu comprei esse livro com a intenção de melhorar no tiro instintivo, porém descobri que o método apresentado pelo autor não passa nem perto. O método “Become The Arrow” é baseado no estilo batizado por Howard Hill como “split-vision”, adaptado por Ferguson. Nesse método a visão fica dividida entre a flecha e o alvo, com o foco e a atenção totalmente voltada para o alvo. Não tem nada a ver com tiro instintivo! Howard Hill costumava dizer que conhecia muitos arqueiros instintivos, mas nenhum que prestasse. Obviamente ele referia-se ao tiro de precisão.

Ferguson também justifica porque atirar e caçar com barebow, e porque usar o longbow. Segundo ele, qualquer um (exceto o Sancho) usando um arco composto dos mais modernos, com um pouco de prática, consegue uma performance em tiros de longa distância melhor que ele com arco tradicional. Então por ser mais difícil, exigir maior tempo de aprendizado, a brincadeira torna-se mais divertida e desafiadora com equipamento tradicional. Afinal, no mundo civilizado ninguém caça pra sobreviver. Se for pra ser fácil, eu vou no supermercado e compro uma peça de carne.
_________

No capítulo 2, o autor apresenta toda a parte técnica e mecânica do método. Não vou entrar em detalhes pra não desmotivar quem queira ler o livro, e também porque ficaria muito longo. Ele define a postura, distribuição do peso do corpo, controle da respiração, centro de gravidade do corpo, posição da mão e do braço que segura o arco, posição do ombro, ancoragem, ângulo da cabeça, capturando um spot, a inclinação do arco, visualização da flecha em voo/projeção mental, o estilo split-vision do Hill, ritmo, largada, etc e etc. O método do Howard Hill precisou ser adaptado, pois Hill era um cara bem atípico, sua puxada era em torno de 32”. Como ele atirava arcos bem pesados, com mais de 100 libras, era praticamente impossível encontrar flechas de madeira viáveis nesse comprimento. Hill alterava sua postura para encurtar o tamanho da puxada para 28”, e assim conseguia flechas no comprimento e spine correto.

O método é descrito com muitos detalhes e de maneira simples e fácil. É apresentado da maneira como Ferguson atira, entretanto segue sempre uma lógica simples e clara. Pode não funcionar exatamente para todos, pois somos diferentes fisicamente e mentalmente, além de termos preferências diferentes. Mas alguns conceitos são universais, e podem ser adaptados para as particularidades de cada um. Não existe correto ou incorreto, mas sim mais eficiente ou menos eficiente. Uma boa postura e posicionamento do corpo facilita no manuseio do equipamento e estabilidade do tiro, além da consistência. O esforço é minimizado. É muito interessante na hora de puxar arcos mais pesados, pelo menos pra quem gosta de atirar mais de 3 flechas por dia.
______

No capítulo 3, são propostos exercícios para treinar o que foi apresentado no capítulo 2. Também são propostos exercícios físicos, mentais e para desenvolver a memória muscular. É bom treinar a postura pra que isso se torne automático e seja feito sem pensar, e toda a concentração vai para o cálculo da trajetória da flecha até o ponto de impacto. É bom também para corrigir e evitar os vícios.
______

No capítulo 4 são apresentadas maneiras para regular o arco e flecha tradicionais. De nada adianta aprender um método de como atirar, se o equipamento está desregulado. Não vai acertar o alvo com precisão, não adianta. Com equipamento desregulado a flecha tem um voo errático e atinge sempre um ponto aleatório longe de onde se faz a mira. É apresentado o método do “bare shaft tuning” para ajustar o spine e a altura do nocking point. Fácil e prático. Depois vêm os métodos para o ajuste super-fino. Em tiros de longa distância, com a perda de energia da flecha, os pequenos erros no spine dinâmico se tornam evidentes. O uso de broadheads de lâmina fixa também evidenciam os erros no spine, mesmo que pequenos. Fazendo o ajuste super-fino, as flechas vão voar direitinho, seja com broadheads ou fieldpoints.
_______

No capítulo 5 são abordados vários aspectos da caça que são interessantes de saber, e umas duas histórias das caçadas do autor. Tem muita informação prática, principalmente para caçar animais com caça proibida no Brasil. São muitas dicas e instruções de como proceder em diversas situação e tipos de caça, e também o que não se deve fazer.
______

No capítulo 6 são apresentadas as questões mais frequentes feitas pelo público em apresentações e seminários do Byron Ferguson. Vou citar as respostas de algumas das que se referem as preferências pessoais do autor:

- Byron Ferguson usa cordas Flemish por serem mais silenciosas.

- Ele usa nas flechas penas left-wing (da asa esquerda) coladas left-helical (hélice para esquerda). É para evitar que as penas atinjam o dedo (no longbow a flecha passa bem perto da mão), às vezes a haste da pena pode ferir o dedo.

- Usa broadheads Simmons Interceptor two-blade, com peso de 190 grains sem o insert. Usa um arco de 75 libras e hastes 2219 cortadas com 29-1/4 polegadas.

- Atira exclusivamente flechas de alumínio. Flechas de madeira são muito imprecisas.

- Usa penas grande e de perfil alto. Estabilizam a flecha mais rápido, o que é importante pra caçar em mata fechada, onde a flecha tem que passar em espaços estreitos entre os galho pra atingir o animal.

- Prefere aljava de quadril (hip quiver) para o big game, e aljava de costas (back quiver) para o small game por carregar mais flechas.
__________

No capítulo 7 são apresentados 3 designs de longbows com diferente quantidade de curvatura (reflex/deflex), e dicas para construir sem muitos detalhes.

Seja a Flecha.
Ótimo tópico Lincon, gostaria de saber mais sobre como Ferguson faz a mira no instintivo????
Pode me responder Lincon/???

Ele não atira instintivo, usa o método split vision do Howard Hill. Ele focaliza o alvo e deixa a flecha na visão periférica. De acordo com a posição relativa entre ponta da flecha e o spot a ser atingido ele se orienta. Ele também visualiza mentalmente a trajetória da flecha, pois nem sempre é possível estimar a distância ao alvo. Estudos demonstraram que o ser humano é completamente incompetente pra estimar distâncias. Então pra quem não tem um rangefinder, o melhor mentalizar a trajetória da flecha, do arco até atingir o spot. É um processo bastante cerebral; a parte mecânica se aprende rápido, o mais trabalhoso é a parte mental de focalizar um spot muito pequeno, visualizar a trajetória e manter extrema concentração no spot até a flecha atingir o alvo. Eu particularmente preciso melhorar minha concentração, acabo me distraindo na hora da largada.

Achei divertido =) e interessante, vou tentar caçar algumas telhas usando este método.

Acho que, mesmo sem ter estudado isso, eu acabei encontrando um método parecido com o referido pelo Lincoln para atirar. Embora sempre tenha lido que não era para olhar para a flecha na hora de atirar e sim manter a visão no alvo, eu dou uma olhadinha na flecha e tento alinhar ela com o alvo, mantendo a maior atenção na meta. Tem dado certo para mim. O que não consigo ainda é calcular a trajetória descendente da flecha em tiros mais longos, até porque tenho treinado em espaços pequenos.

eu comecei a atirar sem conhecimento nenhum e sempre foquei o alvo, nunca olhei pra flecha, mas sempre imagino sua tragetória, mas não sei onde isso se classifica



Com o tempo, usando sempre as mesmas flechas, eu olho um alvo e atiro, lógico q a mão altera a posição dependendo da distânica do alvo, mas assim já atirei flechas a até 160m, chegando entre 1m e 1,5m do alvo (acho q dei 9 tiros), os 2 ou 3 primeiros tiros me ddão uma noção da distânica/inclinação do arco, o resto é só uns ajustezinhos, como se chama esse tipo de tiro Lincoln, sempre achei q era instintivo, mesmo pq assim eu atiro umas 5 flechas por min

Acho que isso se classifica em instintivo, Mamute. É basicamente memória muscular. A gente foca o alvo e manda a flecha. Então vai corrigindo "instintivamente" nos tiros seguintes. Mas dificilmente o primeiro tiro sai direito.

Já no método do Howard Hill, usa-se a ponta da flecha como referência, como se fosse um pino da mira. O foco continua 100% no alvo, a flecha aparece apenas na visão periférica, ou seja totalmente borrada.

obrigado Lincoln, sempre achei q era instintivo e nem sabia q Ferguson e Hill não atiravam instintivo, eles me enganaram até hj, se não fosse vc morreria dizendo q aprendi instintivo com eles kkkkkkkkk

Pois é, eu comprei os livros deles achando que eram sobre tiro instintivo. Agora entendi bem o que é cada estilo. Vou comprar os livros do G. Fred Asbell pra aprender sobre instintivo e confrontar com as opiniões de Ferguson e Hill.

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Cara conhecia esse metodo e nem me tocava , o canal pago ja mostrou esse metodo desse cara atirando.
o nome do canal e aquele history alguma coisa.
Vi algo do tipo que no tiro instintivo precisamos de umas 2 flechas mais o menos para ter noçao do alvo e com esse metodo fica mais facil de acertar de primeira. ( que facilita a caça a longa distancia ) é e claro facilita com muito treino.
Ele falava que na hora no tiro ele se tornava a flecha e assim facilitava a sua precisao.
vi isso a um tempo e lembro meio por cima se eu tiver falando besteira podem corrigir rsrs.

Gostaria muito de poder ler esse livro. Mas, infelizmente, até onde sei, não existe versão em português, e como não sei inglês suficiente para ler, vou ficar na vontade mesmo. Até porque nosso mercado editorial não vai se interessar pela tradução da publicação em questão, tão específica.
Uma pena. Tô na expectativa do Lincoln repensar e fazer um apanhado maior das técnicas que está vendo. Pessoalmente, ficaria imensamente grato, mas entendo perfeitamente sua postura.
De uma forma ou de outra, o tópico já esclarece muita coisa. Parabéns.

Eu faço comoo guaraci do uma olhadinha na flecha e no alvo tentando alinha +-.

Este método é parecido com o Shoot GAP que o Lincon tinha postado em outro Tópico ou estou enganado??

Esse método é semelhante ao uso de uma mira de pinos. Dependendo da distância usa-se um pino diferente. Quanto maior a distância usa-se os pinos mais baixos. No método do gap, quanto maior a distância mais elevada a ponta da flecha estará em relação ao alvo. Exemplo:

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Sim Andrius, o esquema é quase o mesmo. A diferença do gap pro split vision é que no gap o foco está na flecha e no split vision o foco está no alvo. Para caça é muito importante ter total concentração no alvo. No gap você não se concentra no centro do alvo, mas na posição da ponta em relação ao centro. No split vision você fecha seu foco e concentração no menor ponto possível no centro do alvo, a posição da flecha é apenas uma referência na visão periférica.

lincoln agora consegui colocar na pratica esse metodo split vision , ficou mais facil acertar onde quero rsrs.
Hj nao foi mt legal pq fiz outro (robin hood) mas ainda bem so estoro o nock e nao a flecha igual de uma outra vez.
Isso é pq estou fazendo assim, eu tenho aqui umas fitas amarelas que eles usao pra marcar piso, eu estou colocando elas em pontos diferente do alvo
assim evito mt robin hood atiro duas ou 3 em cada amarelo.

tenho uma pergunta so tenho 15 metros para atirar, tem como eu ficar bom treinando nessa distancia? ou quando pegar uns 30 , 40 metros vou apanhar muito.?
vlw abraço

Acho que, se treinar sempre na mesma distância, vai acabar dominando essa distância. Se aumentar, vai apanhar até pegar o jeito, mas deve ser mais rápido pois você já domina o básico.

é exatamente isso, pode ficar atirando a vontade em 15m, quando vc for para outra distância vai precisar de algumas flechas para "sentir" a distância do alvo, mas depois é só alegria, claro q precisa de treino, pois caso contrário perderia a graça né

Ok entendi.
Vlw

Lincoln, traduz pra gente este livro. Dê ao fórum como um presente. Deixe esta lembrança pra todos que gostam.
Você pode começar pelos capítulos que julgar mais importante e ir postando pra gente. Página por página. Até o natal já estará pronto, se você tiver tempo é claro. Pelo menos os capítulos mais importantes. Acredito que será um dos tópicos mais lidos do Fórum. Porque é um assunto muito importante e decisivo pra melhorar o nosso nível. Isto é uma coisa que eu preciso mesmo. Assim como você, desconcentro um pouco na hora do tiro.

Observando suas participações percebi que você consegue compreender bem a mecânica da coisa e também consegue fazer a mesma coisa em inglês e trazer para o português,o que não é muito comum... Você é um verdadeiro serviço de utilidade aqui no Fórum. Por isto é que estou te pedindo e também porque conheço tua terra eu sei que pessoense não nega um auxílio. he he

abs,
Fernando

Seria um presente realmente grande ainda mais pra min que sou iniciante.
Ficaria mt grato pq nao achamos livros desse tipo em portugues por que nao tem mt mercado pra eles venderem isso aqui no brasil. Abraço

Ihh Fernando, que batata quente você quer jogar pra mim, rsrsrs Eu não sou bom com traduções. Eu até consigo compreender textos em inglês, mas traduzir é uma área totalmente diferente. Creio que não seria justo com o autor, nem com os leitores do forum, nem comigo mesmo arriscar essa empreitada. Eu passo para outro que seja mais capacitado que eu para o serviço.

Sem contar questões de direito autoral.

é que você começou e mostrou, e sabe que a tchurma não consegue ler em inglês...?? só pra dar água na boca, né?
Vamos ver se alguém se habilita. Se eu soubesse faria. Mas dá um trabalhinho mesmo Lincoln.
abs,
Fernando

vc poderia colocar as dicas q julgar mais importantes, claro, se preocupando com os direitos autorais

Lincoln escreveu:

Pois é, eu comprei os livros deles achando que eram sobre tiro instintivo. Agora entendi bem o que é cada estilo. Vou comprar os livros do G. Fred Asbell pra aprender sobre instintivo e confrontar com as opiniões de Ferguson e Hill.

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Lincoln, depois que ler, você poderia fazer um review sobre os livros desse cara? Estou querendo comprar uns da coleção, mas dá um receio se vale ou não a pena, sabe? Se tem um bom número de informações úteis.
Obrigado, abraços