Tiro com Arco – 26 verbos e muitos movimentos para a “PERFEIÇÃO”
Para aprender corretamente o Tiro com Arco é preciso dominar toda a técnica dos 26 verbos: 6 para a mão do arco, 8 para a mão da corda, 2 para a cabeça, 4 relacionados à postura, 3 relacionados à respiração, 3 para o olho diretor (normalmente, o olho direito para o arqueiro destro e o olho esquerdo para o arqueiro canhoto) e para o cérebro:
1. MÃO DO ARCO (ou mão não dominante):
1.1. Erguer a mão esticando o braço para pegar o arco. O movimento é só erguer o braço, nem antes nem durante a puxada, se desloca o ombro para dentro;
1.2. Girar o antebraço mantendo-o numa posição que favoreça o disparo sem que a corda atinja o braço, pois mesmo protegido pela braçadeira atrapalhará o tiro;
1.3. Encaixar a mão no GRIP do “handle”;
1.4. Quebrar o punho para baixo;
1.5. Encostar a "almofada" do polegar no “handle”;
1.6. Relaxar a mão e o braço que seguram o arco, “afrouxando” os dedos (com isso todos os músculos ficarão relaxados, evitando tensão e tremor desnecessários, justamente no braço que deve manter o arco firme para a precisão do tiro;
2. MÃO DA CORDA (ou mão dominante):
2.1. Pegar a corda com o dedo indicador acima da flecha e dois dedos, o médio e o anular, abaixo da flecha;
2.2. Deixar a flecha “livre”, sem fazer pressão com os dedos para evitar que a ponta flutue e desvie o tiro;
2.3. Evitar que o espaço entre os dedos fique excessivo, pois se a flecha ficar muito solta, a rabeira pode se movimentar quando a corda estiver esticada;
2.4. Puxar a corda até o ponto de ancoragem;
2.5. Tocar com a corda a ponta do nariz e a ponta do queixo;
2.6. Levar a parte de "cima" do dedo indicador para a posição de encaixe abaixo do maxilar inferior;
2.7. Largar, outro verbo que representa mais uma decisão do que um movimento, embora seja um dos movimentos mais importantes do tiro com arco. Soltar a corda, sem dar tranco ou empurrão, apenas relaxando os dedos;
2.8. Deslizar. É o último ato do tiro. Sua importância está relacionada à precisão e excelência da largada. Imediatamente após a largada, deve-se correr o dedo indicador da mão da corda pelo maxilar onde estava encaixado, em direção à parte de trás do pescoço;
3. CABEÇA:
3.1. Girar o pescoço sem elevar ou abaixar o queixo. O movimento correto de cabeça pode ser feito da seguinte maneira: corpo ereto, coluna reta, olhar no horizonte, movimentar o queixo na direção do ombro de maneira que a linha do nariz se desloque uns 75/80 graus;
3.2. Manter a cabeça sempre na mesma posição (não fazer movimento de cabeça para encostar nariz e queixo na corda, pois a corda é que deve chegar à posição certa com a puxada);
4. POSTURA (precede todos os movimentos anteriores):
4.1. Estar ereto. O corpo deve estar ereto, a coluna reta, com o ombro da mão não dominante virado para o alvo - fazendo um ângulo de 90° entre a linha do nariz e a linha que passa pelo centro do alvo do indoor;
4.2. Manter os pés eqüidistantes da linha de tiro;
4.3. Traçar duas paralelas com as linhas que passam pela parte externa dos pés;
4.4. Coincidir as paralelas dos pés com as paralelas da cintura;
5. RESPIRAÇÃO:
5.1. Inspirar durante a puxada, enchendo lentamente os pulmões;
5.2. Concentrar. Durante a puxada buscar o máximo a concentração. Aqui, concentração significa “direcionar a mente para gerenciar todo o conjunto de movimentos de maneira a torná-los harmoniosos e precisos”, ou seja, estabelecer uma “conversa” entre você e você mesmo, buscando o encontro com o seu “eu” espiritual, de maneira totalmente relaxada e livre de qualquer outro pensamento, agindo como se esse tiro fosse a última coisa que você vai fazer na vida;
5.3. Expirar ao iniciar a ancoragem e preparar o disparo. Portanto, ao iniciar a ancoragem deve-se estar com os pulmões cheios. Inicia-se a ação de mirar e lentamente começa-se a soltar o ar, buscando o maior relaxamento possível associado à maior concentração possível. No limiar da largada interrompe-se a expiração por um segundo ou uma fração de segundo e executa-se o tiro, ou seja, faz-se a largada (apenas relaxando os dedos da corda, sem qualquer tranco ou empurrão). Imediatamente após a largada, deslizar os dedos abaixo do maxilar pelo pescoço;
6. OLHO DIRETOR (E CÉREBRO):
6.1. Ancorar (não é um movimento é uma decisão). Faz-se uma parada quando tudo está pronto para o tiro, todos os movimentos já foram feitos e a concentração deve estar no máximo possível (se estiver usando “clicker”, haverá mais um pequeno movimento esquelético-muscular para desarmá-lo, senão nada mais ocorrerá, com exceção do trabalho com olho);
6.2. Mirar. Olhando através da mira e "fixando" o "pin" no centro do alvo (para evitar estresse pela dificuldade de parar o “pin” no alvo, pode-se utilizar um “truque” que consiste em começar a mirar abaixo do alvo e subir lentamente até chegar ao ponto certo para a largada). Uma vez estando o “pin” no centro do alvo faz-se a largada;
6.3. Avaliar. Finalmente, o tiro está dado. Para o bem ou para o mal, não há mais como melhorar esse tiro. Porém, pode-se melhorar o próximo. Para tanto, antes de fazer o movimento de abaixar o arco e dar início ao próximo tiro, deve-se, em 1 ou 2 segundos, avaliar o tiro, ou seja, prestar "atenção" na posição do arco após a largada (relembrando todo o tiro já executado, em todo o conjunto do movimento: os 26 verbos). Tudo isso associado ao resultado do tiro, isto é, aos pontos conseguidos. E quando o tiro foi bom (acertou o alvo, acertou o amarelo, acertou o dez) deve-se registrar na memória tudo o que foi avaliado. E, no tiro seguinte, buscar através da concentração "reviver" na memória aquele tiro certeiro e tentar repeti-lo, exatamente igual ao anterior. Tudo depende de treino, de autoconfiança, de aprender a “treinar” a percepção corporal. Um dia a "PERFEIÇÃO" estará dominada, podendo ser repetido muitas vezes. Terá se transformado num “automatismo“ como é o ato de andar ou de balançar as mãos ao andar, que um dia foi difícil, provocou vários tombos, mas foi aprendido;
Bem ! não sei se isto é ilegal na questão de direitos autorais , mas a intenção é ajudar e colabora com esporte.